A missa nasceu como um jantar festivo. Mais ou menos como uma festa de aniversário!
E numa festa de aniversário há sempre muita gente amiga que se reune à volta de uma mesa centrando-se numa pessoa especial. Aquilo que distingue uma festa de aniversário de outra qualquer é o cantar dos parabéns, o apagar das velas e o fatiar do bolo. Depois disso às vezes há um pequeno discurso. Um elogio à pessoa querida, desejando as maiores felicidades. Depois da festa terminar todos voltam para casa, mas não voltamos iguais, voltamos diferentes, voltamos com um sorriso, voltamos felizes e damos graças por mais um momento especial ter acontecido nas nossas vidas.
E é este momento especial que celebramos em comunidade que se reúne, que sai do espaço com breves passos, para entrar no espaço da comunhão, do coração, de onde tudo se faz novo, onde tudo se renova.
E é em comunidade que estamos em contacto com o mundo e com os outros. Inevitavelmente somos talhados para o diálogo, para o encontro, para a relação, porque só em contexto de encontro interpessoal nos construímos “por dentro”, lá onde o Homem se torna Humano. Um lá que se denomina de mesa, de local onde tudo acontece, onde tudo se partilha, onde tudo se encontra, onde tudo é recriado… e um todo que nos envolve até ao mais íntimo de nós mesmos.
Vale a pena celebrar a Vida quando fazemos mais do que existir. Vale a pena celebrar a Vida quando sabemos que viver é renascer, viver é ter-se nas mãos e fazer-se sem descansos... Vale a pena celebrar a vida quando a saboreamos como dom de mangas arregaçadas, pés ao caminho e coração sorridente... Vale a pena celebrar a vida porque cada vez que o fazemos, Deus faz festa connosco!
É isto mesmo que evoca a eucaristia: uma vida partilhada e reunida, repartida e multiplicada, abençoada e transformada, tudo isto à imagem e ao jeito de Jesus.
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