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para quem quer ser feliz

Hoje gostaria de vos falar do Zé. E o Zé é um vendedor de doces, muito pobre, que mora num bairro e que diariamente percorre imensos quilómetros de bicicleta, para vender os seus produtos. É constrangedor ser abordado pelo Zé, porque o Zé é feliz, o Zé é pobre, o Zé é velho, só tem dois dentes na boca, e tem um dos sorrisos mais apaixonantes que eu já vi na vida. 

Este Zé ensina-nos, oferece doces e diz que ser feliz é uma decisão. É uma condição da própria vida, independente dos factores externos. O Zé não é rico (ao contrário, é extremamente pobre); ele não é bonito, não é famoso, nem tem sucesso. O Zé é alguém que a maioria não atravessaria a rua para o cumprimentar, mas é alguém que sobre viver tem muito a ensinar. O Zé descobriu que ter não é ser, e que ser é muito mais do que possuir coisas. Mesmo que não deixe herança, o Zé deixará um legado - herança é o que deixamos para as pessoas; legado é o que deixamos nas pessoas.

O Zé não tem motivos aparentes para ser feliz, mas como disse Carlos Drummond de Andrade, ‘ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade’.

O mestre Rubem Alves conta a seguinte história: 

- um homem caminhava por uma floresta. Anoitecia. Escuro. De repente o rugido de um leão. O homem teve muito medo. Correu. No escuro não viu por onde ia. Caiu num precipício. No terror da queda agarrou-se num galho que se projectava sobre o abismo. E ficou pendurado entre o leão e o vazio. De repente, olhando para a parede do precipício, viu uma plantinha, e nela uma fruta vermelha. Era um morango.  Ele estendeu o braço, colheu o morango e comeu. Estava delicioso… 

Felicidade é o momento. Felicidade é fruto junto do abismo. É preciso colhê-lo e degustá-lo no momento: porque amanha ou ele já caiu ou caíste tu. 

A felicidade é muito mais um jeito de ir, do que um lugar onde se chega. A felicidade não está nem na chegada, nem na partida, mas está no caminho diário.

SOU FELIZ!

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